Steven Wilson

Há um dizer antigo que diz “a terceira vez é um encanto” com referência a algo dar certo após três tentativas e ele se aplica ao último domingo quando Steven Wilson retornou pela terceira vez à São Paulo para, finalmente, encontrar um bom público para prestigiá-lo.

Em suas duas primeiras passagens, mesmo fazendo shows impressionantes em todos os contextos possíveis, não ouve muitas pessoas comparecendo e sobre esse fato, o próprio músico brincou no show ao falar que “finalmente havia uma plateia” e ao perguntar a causa de não haver das outras vezes, se era por não saberem do seu trabalho ou pela má divulgação do show. Até hoje é dificil encontrar uma causa, nas passagens anteriores, seu show ou ocorreu durante a semana em um horário ingrato ou concorreu com outros nomes do mesmo estilo dele.

Mas acompanhado dessa vez por Craig Blundell (bateria), Nick Beggs (Baixo), Dave Kilminster (guitara) e Adam Holzman (teclados), Steven preparou um show dividido em dois atos. No primeiro, a execução completa de seu último e aclamado disco “Hand. Cannot. Erase.” Desde o primeiro minuto percebeu-se que esse foi a melhor produção de som já feita no local. Não houve comentários de pessoas em qualquer setor reclamando, todos sim, elogiando a qualidade. Sabe-se que o músico tem exigências específicas para o som de suas apresentações como por exemplo, som quadrifônico.

Pode até parecer presunção demais tantas exigências, mas é o desejo dele que os fãs tenham a melhor experiência possivel tanto sonora quanto audiovisual, já que perto do fim do show, Steven se desculpou pela altura do telão pois pela estrutura da casa não foi possível deixá-lo mais alto, fazendo com que a banda acabasse encobrindo parte das belas animações que foram projetadas.

A altura do telão não atrapalhou pois era dificil não prestar atenção na absurda qualidade técnica da banda, assim como nele e suas excentricidades no palco “regendo” sons e luzes com gestos como um maestro imerso em sua obra durante todo o show.

Para a segunda parte do show, foi apresentado um set com uma overdose de canções do Porcupine Tree que surpreenderam muitos dos presentes, intercaladas com canções solo e do Storm Corrosion. Dentre elas, Steven dedicou “Lazarus” à David Bowie pois em sua canção há um personagem chamado David e o último disco de Bowie contém uma música de mesmo nome.

No bis, uma segunda homenagem com uma cover de “Space Oddity” seguida por “The Sound of Muzak”, uma “canção pegajosa” como ele mesmo definiu, apesar de dizer que essa “passou” já que ele, ao fazer músicas assim retorna ao estúdio para deixá-las mais complicadas e encerrando a noite, aquela que ele julga ser a melhor música que já escreveu: “The Raven That Refuse To Sing”.

Com um saldo extremamente positivo, o show de Steven Wilson encerrou-se depois de duas horas e meia de duração mais o breve intervalo. E agora, com a prova que há sim um público disposto a assistí-lo, o que com uma divulgação correta somada a uma boa data pode ajudar a levar muito mais gente em suas futuras apresentações. Até porque, ele mesmo disse para seus fãs que dá próxima vez “levem seus amigos”, e a julgar pela reação dos presentes durante toda a noite, eles o farão com toda certeza.

Durante o evento, fizemos uma cobertura em tempo real pelo Snapchat que repostamos abaixo. Para conferir mais e outras novidades, nos adicione lá: “musicdropsbr”.

Setlist

Set 1 (Hand. Cannot. Erase)

First Regret
3 Years Older
Hand Cannot Erase
Perfect Life
Routine
Home Invasion
Regret #9
Transience
Ancestral
Happy Returns
Ascendant Here On…

Set 2:

Drag Ropes (Storm Corrosion cover)
Open Car (Porcupine Tree song)
My Book of Regrets
Index
Lazarus (Porcupine Tree song)
Don’t Hate Me (Porcupine Tree song)
Vermillioncore
Sleep Together (Porcupine Tree song)

Encore:

Space Oddity (David Bowie cover)
The Sound of Muzak (Porcupine Tree song)
The Raven That Refused to Sing