Em junho, o Toyshop lançou o álbum “Candy” após retornar aos palcos depois de um longo hiato. Tivemos a oportunidade de uma entrevista por email com o Guilherme Martin, onde ele comenta sobre o retorno, o processo de composição e o que os fãs podem esperar do futuro da banda. Confira.

Foto: M. Rossi

Foto: M. Rossi

Musicdrops: A banda existe desde os anos 90, surgiu de forma independente, assinou com uma gravadora, foi para a MTV na época. Já hoje, toda essa forma de divulgação e trabalho é diferente. Como foi encarar esse “novo mundo” ao lançar o novo disco?
Guilherme Martin: 
Realmente este tem sido um desafio, nos adaptarmos as múltiplas e novas formas de trabalhar e divulgar o nosso trabalho. Nos anos 90, quando queríamos divulgar, entregávamos nossas demo tapes e releases de mão em mão ou via correio, hoje confrontamos com as mídias sociais, que trabalham com logísticas, pesquisas, acabam afunilando o perfil das pessoas que seriam possíveis fãs da banda tudo ainda um pouco complicado, mas muito eficiente, somado também às plataformas digitais que torna a música acessível instantaneamente em qualquer lugar do mundo, tornando a mídia física obsoleta. Mas também acredito que a boa música ainda seja um grande diferencial e que o sucesso não é algo que possa ser tão previsível .

MD: Sobre retornar, e lançar um novo material, vocês sentiram algum tipo de pressão sobre como seria o resultado depois de tanto tempo?
Guilherme Martin: Nem um pouco, fizemos tudo ao nosso tempo, tivemos até uma pressão da nossa parte, pois tínhamos muita vontade de lançar um trabalho  com músicas inéditas e dar uma continuação à trajetória da banda. Os fãs nos cobravam um novo trabalho. “Candy” conta com a produção de Maurício Cersosimo, que interpretou a sonoridade da banda com todos os elementos de conceito que queríamos imprimir. Por termos feito tudo de forma independente , creio que “Candy” tem 100% da sonoridade e energia que a banda gostaria de reproduzir.

MD: O que inspirou, não só o retorno, como as novas músicas? Foi algo que veio de forma natural?
Guilherme Martin: O retorno do Toyshop foi natural, posso dizer que a banda nunca terminou, apenas demos uma parada para que todos pudessem cuidar individualmente da vida pessoal, já que a carreira da banda começou muito cedo, principalmente para a Natacha que tinha apenas 15 anos no início da banda. O Val, compositor da banda, nunca deixou de escrever para o Toyshop. Algumas músicas do álbum já existiam há vários anos quando resolvemos voltar aos palcos em 2012. O processo da gravação do álbum acabou sendo natural pois é uma banda com 20 anos de carreira, tocando juntos.

MD: E sobre o processo de composição de “Candy”, há coisas nele que estavam guardadas desde a época de “Party Up” ou decidiram “compor do zero” com novas ideias?
Guilherme Martin: Como havia dito acima, o Val sempre escreveu música, o cara é genial como compositor e músico, e eu e ele temos um química muito forte como banda, algumas músicas já existiam há anos e foram aperfeiçoadas na pré-produção do disco e na própria gravação. Junto com o Maurício Cersosimo fomos dando a forma nas músicas  até o momento final deste disco. Queríamos dar uma sonoridade vintage, com metais, sinths, cordas, piano,  e algumas músicas mesmo depois de gravadas, soaram surpreendentes mesmo para nós após produzidas.

MD: Quais os planos para o futuro depois do lançamento de “Candy”? O que os fãs podem esperar?
Guilherme Martin: O Toyshop teve uma carreira muito intensa no exterior desde o lançamento de “Party Up”. Temos uma história como banda muito interessante, desde a gravação no lendário estúdio Sound City, até participações em soundtracks de filmes de Hollywood. Com Candy ,queremos retomar a carreira da Banda, iniciando pelo Brasil, nos apresentar bastante e voltar a ser uma grande promessa para o rock do país e no mundo todo, e o feedback inicial vem sendo muito promissor.