Foto: Andrew Lipovsky

Foto: Andrew Lipovsky

Muitas pessoas possuem um certo “preconceito” com aquelas chamadas “bandas de adolescentes”, ou seja, bandas que levam a algum lugar uma leva gigante de jovens que gritam demais e se empolgam absurdamente a cada acontecimento no palco. Essas pessoas são as mesmas que se esquecem que um dia já foram assim.

Porém, são bandas assim que abrem as portas para que um universo musical se abra diante de alguém jovem e o grupo cumpriu bem esse papel no Espaço das Américas em São Paulo. Quem passasse por ali talvez imaginasse que a atração do dia fosse algum cantor pop devido a presença massiva de um público feminino. Bem longe disso.

Com presença de palco e entrosamento dignos de grandes bandas, Taylor Momsen e companhia apresentaram um set bem equilibrado de seus três álbuns, que soam muito melhor ao vivo que em estúdio como é a “regra” de uma boa banda de rock e metal, e isso se deve não só ao talento do grupo como sua reação diante da empolgação de seus fãs que, participativos, reagiam das mais diversas formas às músicas apresentadas.

Da abertura com “Follow Me Down” até o encerramento com “Fucked Up World”, é possível perceber na sonoridade deles suas influências, sejam melodias vocais com pitadas e referências de Alice In Chains e Rolling Stones ou cadências que parecem saídas de algum álbum do Soundgarden ou Garbage. E é ai que a banda faz algo importante. Ao ter esses elementos em seu som e mesclá-los muito bem, acabam por apresentar indiremante os grandes nomes musicais do rock, enquanto marcam o seu, aos novos fãs trazendo assim uma renovação do público do estilo, o que é importante para a própria sobrevivência do gênero.

Taylor acaba sendo o centro das atenções no show, afinal é a musa das moças ali presentes que eram a maioria do público. Isso acaba ofuscando um pouco os demais músicos nas reações dos fãs que gritam sempre seu nome. Ainda assim eles tem seus momentos como o baterista Jamie Perkins que apresentou um solo em um dos momentos mais curiosos para isso: no meio da última canção do show.

Apesar da estranha quebra de ritmo da apresentação no final por conta disso, o grupo retorna e conclui a canção fechando a apresentação concluindo a alegria dos fãs que provavelmente não vão querer esperar quase cinco anos pelo retorno do The Pretty Reckless ao país.

Setlist @ Espaço das Américas

Follow Me Down
Since You’re Gone
Oh My God
Hangman
Make Me Wanna Die
My Medicine
Prisoner
Sweet Things
Who You Selling For
Just Tonight
Zombie
Living in the Storm
Heaven Knows
Going to Hell
Take Me Down
Fucked Up World