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Chegando à sua segunda edição, o Maximus Festival reuniu 40.000 pessoas no Autódromo de Interlagos com sua proposta de juntar no mesmo lugar nomes de diferentes vertentes dentro do rock e do metal. Além de proporcionar quase mais de 12 horas de música divididas em 3 palcos, o evento contou com atrações à parte como áreas temáticas, diversas opções de alimentação e merchandising espalhadas pelo local que no geral contou com poucas filas e uma boa organização.

Talvez o único problema de um evento do tipo é a necessidade de se fazer escolhas, já que as atrações do palco Thunderdome dividiam o horário com os palcos principais onde os shows aconteciam de forma intercalada. Assim, algumas bandas infelizmente não tem como ser prestigiadas, mas é algo que acontece em qualquer evento desse porte.

Red Fang

Retornando ao Brasil após sua primeira e aclamada turnê pelo país, o Red Fang teve apenas 30 minutos disponíveis para apresentar seu som enquanto segue na turnê de divulgação de “Only Ghosts”, o quarto disco de sua carreira. Mesmo assim os americanos tinham um bom público presente que já estava ali logo cedo sob um sol escaldante para acompanhá-los naquele que era o show de abertura do palco Maximus.

Mesmo com o pouco tempo, o grupo cativou os presentes  saindo aplaudidos e se tinha o objetivo de conquistar novos fãs, o fez com certeza. Além da apresentação no festival e em Porto Alegre, o Red Fang aproveitou a passagem pelo Brasil para sessões de autógrafos e entrevistas em rádios para divulgação de seu novo álbum.

Setlist Red Fang @ Maximus Festival

Blood Like Cream
Malverde
Crows in Swine
Wires
Flies
Dirt Wizard
Prehistoric Dog

Böhse Onkelz

A banda alemã Böhse Onkelz pode soar desconhecida pelo público brasileiro mas tem aqui, principalmente nas colônias de descendentes alemães uma base de fãs fiel que esteve logo cedo já posta à frente do palco à sua espera.

Em seu país de origem, o grupo chegou a fazer apresentações sold out para mais de 100.000 pessoas no Autódromo de Hockenheim por anos seguidos e mesmo assim, humildes, subiram ao palco Maximus para sua estreia em terras brasileiras. Agradecendo a oportunidade, se apresentaram como sendo um pouco diferentes de toda a grade do festival e desejando que os presentes apreciassem seu show.

Com suas letras em alemão talvez a temática lírica não pudesse ser compreendida pela maioria, ainda assim o Onkelz prendeu a atenção dos presentes e atraiu inclusive fãs do exterior já que próximo ao palco era possível ouvir alguns conversando em alemão durante a apresentação.

Setlist Böhse Onkelz @ Maximus Festival

10 Jahre
Hier sind die Onkelz
Finde die Wahrheit
Danke für nichts
Bomberpilot
Kirche
52 Wochen
Irgendwas für nichts
Auf gute Freunde

Ghost

Algumas bandas dependem de mais que sua música para que a experiência de seu show seja completa. O Ghost é um caso desses. Mesmo que o som funcione ao vivo, fica uma impressão de que falta algo e rola um certo sentimento de curiosidade em saber como os músicos estão aguentando a temperatura local sob as pesadas roupas, maquiagem e máscaras.

Mesmo assim, Papa Emeritus e seus Ghouls atrairam uma boa quantidade de fãs, com muitos vestidos a caráter, para a frente do Palco Rockatansky para algo como uma missa das três da tarde que cativou os fãs ainda que a experiência não tenha sido completa com todos os efeitos de luz e palco merecidos.

Setlist Ghost @ Maximus Festival

Square Hammer
From the Pinnacle to the Pit
Ritual
Cirice
Year Zero
Absolution
Mummy Dust

Rob Zombie

Sofrendo do mesmo mal, Rob Zombie também teve que enfrentar a luz do sol em sua apresentação e pior, com ele se pondo, o que o colocava diretamente olhando para a estrela. Porém, showman experiente que é, Rob soube tirar proveito disso e ao longo da apresentação tirou uma com o fato desde que iria sair bronzeado até pedindo óculos de sol e sacaneando seu guitarrista quando esse foi buscar um com o roadie durante o show.

Essas não foram as únicas interações do cantor com a plateia brasileira que também estava em bom número à sua espera, já que essa era a sua primeira passagem solo pela capital paulista, ou segunda vinda do cantor à cidade se contar seu show com o White Zombie em 1996 no Hollywood Rock. Para a alegria dos fãs das antigas, dois sons de sua ex banda constaram no set: “More Human Than Human” e “Thunder Kiss 65”.

Mesmo com o pouco tempo ainda sobrou espaço para um breve trecho de “School´s Out” de Alice Cooper, um excelente solo do guitarrista John 5 além de um momento descontraído com Aliens infláveis jogados para a galera após essa ser questionada sobre já ter sido abduzida por extraterrestres.

Setlist Rob Zombie @ Maximus Festival

Dead City Radio and the New Gods of Supertown
Superbeast
In the Age of the Consecrated Vampire We All Get High
Living Dead Girl
Well, Everybody’s Fucking in a U.F.O.
More Human Than Human (White Zombie)
Never Gonna Stop (The Red, Red Kroovy)
The Hideous Exhibitions of a Dedicated Gore Whore
House of 1000 Corpses
Guitar Solo
Thunder Kiss ’65 (White Zombie)
School´s Out (Alice Cooper)
Dragula

Five Finger Death Punch

Uma das atrações mais aguardadas por boa parte dos presentes, o Five Finger Death Punch foi alvo de certa reclamação por parte dos fãs, o que ocasionou uma leve mudança de horários na grade do evento. Seu show originalmente coincidia com o Rise Against no Palco Thunderdome, porém a poucos dias do festival, houve um rearranjo de forma que os shows não seriam mais concorrentes.

Nesse horário o local já contava com uma boa quantidade de pessoas à frente do palco Rockatansky espernado pelos norte-americanos que faziam sua turnê de estreia pelo país (que contou com um show na noite anterior no Rio de Janeiro).

Com um pouco a mais de tempo que as atrações anteriores, o grupo fez um breve apanhado de sua carreira em seu setlist. “Remember Everything” foi apresentada em uma versão acústica, o que deu uma variada na dinâmica da apresentação que contou com diversos fãs sendo levados ao palco pelo grupo.

Setlist Five Finger Death Punch @ Maximus Festival

Lift Me Up
Never Enough
Wash It All Away
Got Your Six
Bad Company (Bad Company cover)
Jekyll and Hyde
Burn MF
Wrong Side of Heaven
Remember Everything (acoustic)
Coming Down
Under and Over It
The Bleeding
The House of the Rising Sun

Slayer

O Slayer é o tipo de banda que, para seus fãs, não decepciona. A única que dentre o Big 4 do thrash metal não alterou muito sua sonoridade tem, por isso, uma base fiel de ouvintes que os idolatra como um bastião de resistência contra inovações sonoras. Isso os torna previsíveis, ao contrário de seus companheiros Metallica e Megadeth, o que pode ser bom ou ruim dependendo do que se espera deles.

Sem enrolações, Tom Araya e cia mandaram música atrás de música deixando para o final a sequência de clássicos para agradar seus fãs que começou com “South of Heaven”, passou por “Raining Blood”, “Black Magic” e terminou com “Angel of Death”, responsável por encerrar o set. Graças a isso, imensas rodas se abriram por toda a extensão da pista, uma inclusive chegou a ter um sinalizador aceso nela.

Gary Holt e Paul Bostaph cumprem bem seus papeis de substitutos que completam a formação do grupo. Tecnicamente os dois são precisos e ironicamente, os melhores músicos da banda. Porém não contribuíram na composição do recente disco “Repentless” do qual o show fez parte da turnê de divulgação.

Setlist Slayer @ Maximus Festival

Repentless
Postmortem
Hate Worldwide
War Ensemble
When the Stillness Comes
Mandatory Suicide
Fight Till Death
Dead Skin Mask
Seasons in the Abyss
Hell Awaits
South of Heaven
Raining Blood
Black Magic
Angel of Death

Prophets of Rage

Na segunda apresentação em São Paulo na semana, o supergrupo Prophets of Rage fechou as apresentações do Palco Rockatansky com seu set que inclui canções de todas as bandas dos grupos dos músicos que formam o projeto. Ainda que a maioria das canções sejam do Rage Against The Machine, as músicas do Cypress Hill e Public Enemy também tem em si o contexto político e de protesto.

Isso faz com que o show tenha seus momentos de brado contra as forças vigentes. Estampando em sua guitarra o mesmo adesivo de “Fora Temer” exibido nos outros shows pelo país, ali no festival o ato de Tom Morello não causou muita comoção. Mas também não teve muito destaque já que da primeira vez que foi exibido, o guitarrista não estava muito iluminado e da segunda vez a imagem passou tão rápido quando um raio pelos telões do evento.

Em diferença as demais apresentações no Brasil, o grupo chamou Tim McIlrath e Zach Blair do Rise Against para tocarem “Kick Out The Jams” do MC5. E mesmo sendo um show em festival, Chuck D e B Real desceram para, na grade, apresentarem um medley de clássicos do Public Enemy, House of Pain e Cypress Hill antes de retornarem ao palco para mais uma sequência de canções do Rage Against The Machine, fechando a noite com “Killing In The Name”, uma das “músicas mais poderosas já escritas” de acordo com B Real.

Setlist Prophets of Rage @ Maximus Festival

Prophets of Rage (Public Enemy)
Testify (Rage Against the Machine)
Take the Power Back (Rage Against the Machine)
Guerrilla Radio (Rage Against the Machine)
How I Could Just Kill a Man (Cypress Hill)
Bombtrack (Rage Against the Machine)
Kick Out the Jams (MC5)
Fight the Power (Public Enemy)

Hand on the Pump / Can’t Truss It / Insane in the Brain / Bring the Noise / I Ain’t Goin’ Out Like That / Welcome to the Terrordome / Jump Around (medley com Public Enemy, Cypress Hill e House of Pain)

Sleep Now in the Fire (Rage Against the Machine)
Bullet in the Head (Rage Against the Machine)
Know Your Enemy (Rage Against the Machine)
Unfuck The World
Seven Nation Army (The White Stripes)
Bulls on Parade (Rage Against the Machine)
Killing in the Name (Rage Against the Machine)

Linkin Park

Os responsáveis por fecharem a segunda edição do Maximus Festival subiram ao palco principal pontualmente as 21 horas, encerrando as apresentações que primaram pela pontualidade e qualidade de som. Por serem os headliners, o Linkin Park levou, desde cedo, muitos fãs que chegaram ali horas antes para acompanhá-los.

Trazendo a turnê de divulgação do disco “One More Light”, o grupo equilibrou seu set entre as músicas novas e clássicos de sua carreira, que resultou em momentos memoráveis como a plateia toda entoando a capella o primeiro verso de “In The End”.

As novas canções, ainda que tenham uma pegada bem mais pop que o que esperado, funcionaram bem ao vivo mesmo que a reação ao novo disco tenha sido dividida entre seus fãs que aliás, foram elogiados diversas vezes por Chester Bennington como sendo os melhores do grupo no mundo.

Porém a empolgação maior, claro, foi pelas canções clássicas como “Bleed It Out” que encerrou a apresentação e a segunda edição do Maximus Festival em São Paulo.

Mesmo com alguns problemas antes do evento, os mesmos não se repetiram durante o mesmo de forma que, se eles forem corrigidos, uma futura edição do festival tem de tudo para entrar no calendário definitivo de eventos da cidade.

A proposta de unir bandas novas e antigas de todas as vertentes do rock e metal é ótima e necessária já que isolar os eventos em bolhas de mesmice sonora com os mesmos nomes de acaba sendo muito mais prejudicial que favorável a todos. Afinal, sem grandes eventos que apresentem novos nomes, o que irá acontecer quando os velhos se forem? Se fãs antigos se mostram resistentes a isso, os novos não parecem se importar. E eles é que serão os futuros espectadores dos shows.

Setlist Linkin Park @ Maximus Festival

The Catalyst
Wastelands
Talking to Myself
Burn It Down
One Step Closer
Castle of Glass
Good Goodbye
Lost in the Echo
Battle Symphony
New Divide
Breaking the Habit
Crawling (piano)
Leave Out All the Rest
Somewhere I Belong
What I’ve Done
In the End
Faint
Numb
Heavy
Papercut
Bleed It Out