Foto: Luiza Meneghetti

Com referências entre Rita Lee e Rosalía, Cali acende sua própria chama no pop brasileiro. Com o single “FOME”, a cantora e compositora independente transforma desejo, coragem e brasilidade em som. O single — que já ultrapassa 300 mil visualizações no TikTok e soma mais de 50 mil plays no Spotify — ganhou nesta quarta-feira (3) um clipe inspirado em uma sugestão de fã que surgiu com a repercussão nas redes sociais.

“Eu estava recebendo muitas mensagens de pessoas que queriam o videoclipe de ‘FOME’ e postei um vídeo sobre isso. No mesmo dia, as diretoras me procuraram para apresentar o trabalho delas”, lembra a artista. O lançamento, ainda, funciona como uma retribuição aos fãs que impulsionaram a faixa nas redes. “Eles estão ansiosos pelo vídeo e isso me alegra muito. O público pode se preparar para sentir, ser impactado”, afirma Cali.

A concepção do audiovisual nasceu da sugestão de um fã no TikTok, que indicou o filme “Cisne Negro” como referência. A partir daí, Cali e as co-diretoras Giovana Padovani (co-direção e direção de fotografia) e Calu Zete (co-direção e produção) decidiram transformar o clipe em um curta-metragem com dança, dramaturgia e catarse. “Queríamos ir além de um videoclipe convencional, fazer algo cinematográfico, que contasse a história da música de forma não literal”, explica. A construção do roteiro também bebe de uma vivência pessoal da artista durante uma aula de improvisação vocal na faculdade de Música, que inspirou uma das cenas de ápice do vídeo. As gravações ocorreram na escola Kraft Ballet, em Campinas.

Para traduzir visualmente a força do single, Cali e a equipe ampliaram elementos já presentes na canção. “O ritmo e a letra da música foram guias para o clipe. É uma música que chama o corpo, então precisava de dança, de movimento”, comenta. A coreografia é assinada por Beatriz Kizima, que também interpreta a personagem “Sombra”, trazendo um diálogo visceral entre luz e escuridão. No clipe, Cali percorre três personas que representam fases emocionais de um artista: da ansiedade e exaustão iniciais ao confronto com o próprio lado sombrio e, por fim, a conquista de uma versão confiante e madura. “Aos poucos, ela vai se transformando na última personagem que está pronta para lidar com as dores e as delícias de viver da própria arte”, detalha.

Figurinos marcantes, maquiagens contrastantes e a tão pedida coreografia de “FOME” marcam essa entrega mais profunda e emocional, influenciada por gêneros que a artista sempre amou. “Agora, eu me vejo madura o suficiente para trazer também o meu próprio lado sombrio… Desde nova adoro suspense psicológico e drama. Pensei, por que não me inspirar nisso para construir essa parte da minha estética também?”, comenta.

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