Foto: Divulgação/Youtube

Laura Zennet é cantora, compositora, multi-instrumentista, produtora musical e atriz. Com esse repertório, agora inaugura uma nova fase em sua carreira com o lançamento do single “Hello My Darkness”, já disponível nas plataformas de streaming. A artista assina a composição, ao lado de Robson Ebaid, e também a produção. A finalização, mixagem e masterização é de Bry Adam Ortega.

“Hello My Darkness” acaba de ganhar um vídeo onde Laura explora todas essas habilidades artísticas que você pode conferir abaixo junto com um bate papo com ela sobre o clipe, suas inspirações artísticas, seus planos futuros e mais. Confira:

1 ) Laura, como você define o estilo do seu som?

Meu som não tem um estilo específico. Por ter vivido experiências em várias áreas, como a música, dança e teatro e estilos diferentes, como bossa nova, jazz, blues, rock, eletrônico, pop etc acabei “misturando” tudo, todas essas referências e vivências. Então não consigo definir um estilo só. Pra mim é uma mistura de vários estilos, referências e vivências que tive. Essa vivência e diversos estudos nas áreas e técnicas no canto principalmente, me possibilitou a ter a voz chamada de “crossover”, que é justamente a voz que consegue passear em diversos estilos. 

Consigo manter a minha essência e a explorar a minha extensão vocal de diversas maneiras, e sei exatamente o que estou fazendo, pois esses estudos me possibilitou a ter uma “visão de fora” da minha voz e a construir e fazer a interpretação que quero dar para cada música em específico. Mesmo tendo o meu lado artístico em que deixo tudo fluir, também tenho o meu lado metódico e, costumo “mapear” cada canção de acordo com a interpretação que quero dar para ela. Portanto, posso dizer que faço junção de diversos estilos. Na música “Hello My Darkness” por exemplo, trouxe o piano, beats eletrônicos estilo trip hop, com moods lo-fi e pitada de trap music e novos efeitos sonoros, dialogando com a estética “trilha sonora”. A próxima canção vai vir com uma pegada oposta, mais “dedo na cara”. Enfim, trazendo o conceito de dualidade presente no meu trabalho e principalmente, contando a narrativa / a mensagem que quero passar e, tocar o outro, de alguma maneira. A música é isso. Esta troca. Não fazemos música e arte sozinho, fazemos para o outro.

2) Quais são as suas principais inspirações e referências musicais?

Tenho diversas inspirações e referências musicais. Desde coisas que vivi e experenciei na vida, do cotidiano, como artistas mesmo. Minhas prinicipais referências musicais atuais são Massive Attack; Bishop Briggs e Florence and The Machine. Mas recentemente também descobri outros artistas como RY X; SYML; AK; Ólafur Arnalds; Celine Cairo; Elaskia; Fleurie. Tenho referências também do Imagine Dragons; Zola Blood; Coldplay, Radiohead e Alok. 

Outras referências: London Grammar, Dua Lipa, Bon Iver, Gavin James, Chet Faker, Lamb, Vaults, Adna, Agnes Obel, Klergy, Adona, U2, , Bob Moses. Enfim, são tantas referências que é impossivel citar tudo aqui ☺ Tenho uma parede de post-its em casa com váaarias referências musicais, visuais, estilo de vida, mood, etc que pesquisei ao longo de anos, o que me ajudou a descobrir e encontrar a minha própria essência artística.

Já tive feedbacks do público que o meu trabalho parece com a própria Florence and The Machine; com a Sia; Billie Ellish; Lorde; algo de Lana Del Rey; Fiona Apple. Falaram também a voz da Amywinehouse e até Adele já falaram também hahaha No projeto antigo, mais rock and roll falaram a Janis Joplin; Garbage e já até me chamaram de “Alanis brasileira” hahaha Mas muita gente mesmo fala que tenho um timbre e estilo próprio.

Acredito que como artista o importante é a gente sim ter inspirações e referências musicais, mas o mais importante é a gente encontrar a nossa essência artística, a nossa verdade e nossa autenticidade. É bem legal ter esses feedbacks. Também acredito que encontrei a minha essência artística, o meu próprio jeito de expressar. O importante é a gente ser a gente mesmo, autêntico e espontâneo, ter a coragem, determinação e sempre dar o nosso melhor do momento. 😉

3) Você acaba de lançar o single “Hello my darkness”. Qual é a história dessa música?

A “Hello My Darkness” fala da dualidade que temos dentro da gente, a nossa escuridão e a nossa luz. É a história de uma mulher que conversa com a própria escuridão e se liberta de determinados “padrões”, de tudo o que ela já não quer mais. A música convida a sairmos da nossa “zona de conforto” e a enfrentarmos nossos desafios e lados “obscuros” (a nossa “darkness”) de frente e a viver uma vida mais leve. É uma recordação de fases que eu e certamente outras milhares de pessoas passaram durante suas vidas. A música retrata sobre a essa dualidade presente dentro de nós mesmos, a luta por sair de determinados padrões, das nossas próprias dores existenciais e encontrar a o nosso lado leve, suave, etéreo, sereno. Contexto muito parecido com o que as pessoas passaram e vivem no isolamento social na própria vida. 

Enfim, “Hello My Darkness” conta com uma atmosfera etérea e ao mesmo tempo visceral, com elementos do triphop, lofi, pop, eletrônico e “cinematic atmosfere” para falar da Dualidade que temos em nós, convidando e inspirando pessoas a serem quem realmente são na sua essência estando conectadas com a sua verdade. A música nasceu para inspirar pessoas e a despertar a consciência do ser por completo na sua verdade e agir de forma plena, serena, assertiva e visceral em busca dos seus objetivos.

4) O novo single veio acompanhado de um clipe bem performático. Como foi a experiência durante as filmagens e qual mensagem você quis transmitir?

Amei a experiência durante as filmagens. Primeiro ficamos mais de 8 horas criando o roteiro. Passei todas as referências que havia separado, de locação, cor, estética, performance, conteúdo. Enfim, de tudo para que acontecesse o clipe. Escolhi a Ilha da Gigóia aqui no Rio e a Praia dos Amores, que teria bem a estética que havia imaginado. Fiz a produção executiva e organizei o cronograma de gravação junto do meu amigo e diretor Igor Tinoco. Gravamos em um dia e tudo ocorreu como havíamos planejado. Foram três tipos de cena: aquática, terrestre e aérea (drone). Mapeamos os locais e cenas e, as performances em si, eu fiz de forma espontânea na hora da gravação. Já tinha na cabeça um “rascunho” do que queria e na hora deixei fluir. Fiz tudo baseado na narrativa da canção. No momento inicial, deixei a performance e movimentos mais “contidos” e, no final da música mais “soltos”, justamente para casar com a história da música. Existem alguns momentos de “flashback”, onde a mulher lembra do que ocorreu e também no meio no clipe há uma “briga entre a escuridão/dakness e a luz/libertação” trazendo de forma viceral e ao mesmo tempo etérea, o conceito principal do trabalho: a dualidade. Somos seres duais, nunca somos uma coisa só. E quis trazer e representar isso através da canção e do clipe. Mostrar os diversos lados que temos dentro de nós mesmos e que entram em equilíbrio no momento em que nos centramos e encontramos a nossa verdade e essência.

O clipe e música começa com a mulher conversando com a sua própria escuridão. Então fiz questão de trazer um figurino que combinasse com o lado da “darkness”, contrastado com o fugurino branco para trazer a ideia da “luz, libertação” no final. Trazendo no geral do clipe o conceito principal do trabalho, como informei mais acima, da dualidade. Trouxe esta ideia também de forma “sutil” em outras partes do clipe, como nos anéis com pedra preta e transparente. No meio do clipe, que é a fase do “turning point” da música, trouxe a ideia do pássaro/águia preto que se transforma no branco, trazendo essa ideia da transformação e libertação, presente na música. A iluminação com “flare” e a mulher caminhando em “direção a luz” no final do clipe também retrata, ilustra, a história da música, principalmente no refrão: “”How can I see, How can I see, a new life is gonna arrise for me / Como eu posso ver, como eu posso ver, nova vida vai emergir para mim”. Enfim, tudo foi milimetricamente pensado no clipe, as imagens, cores, elementos, narrativa, figurino, enfim, no roteiro em geral, para trazer de forma sinestésica para o público uma experiência, não só no ouvir a música, mas no ver e no sentir. Isso que sempre fiz no meu trabalho, nas músicas, nos clipes, nos shows em geral. Enfim, sou profunda e quero transmitir isso, a mensagem de forma viceral e ao mesmo tempo etérea para quem vê.

A equipe que escolhi é maravilhosa todos muito profissionais e além de fazerem um trabalho impecável, também nos divertimos muito durante as gravações. A mensagem que trago com a música: “Se jogue”, se encontre, não tenha medo de nada. Voce é responsável pela sua realidade, basta vivê-la com totalidade, encontrar a sua verdade na sua essência. Enfim, não tenha receio de ser quem você é. Você pode tudo. Basta ouvir a sua intuição e deixar fluir.

5) Como foi o processo criativo e a produção musical de “Hello my darkness”?

Comecei a compor “Hello my darkness” em fevereiro de 2020. Fiz em parceria com meu amigo também compositor Robson Ebaid. Falei para ele o que estava imaginando para a próxima canção. Queria uma música mais dinâmica e que explorasse a minha extensão vocal. Portanto, desde o início já pensamos na melodia que explorasse desde os graves até os agudos. Além da parte da melodia também trouxe algumas referências sonoras que pudessem trazer a narrativa que estava imaginando de forma mais assertiva. Já sabia tudo o que eu queria passar com a música, só não tinha ainda a habilidade técnica para colocar no programa (daw) de produção musical. Foi aí que tive a ideia de fazer do zero um curso de produção musical que me possibilitasse a fazer o arranjo da música da forma que havia imaginado. E que se materializou no primeiro semestre de 2021☺ Da primeira ideia do violão que o Robson havia me passado inicio de 2020 até o momento de passar as ideias para o programa, muitas etapas ocorreram durante o ano. Foi um processo de amadurecimento tanto da canção como interno mesmo, como artista.

Passei a primeira ideia para o piano, rearmonizei a música, já estava há mais de 2 anos pesquisando diferentes sonoridades nessa linha nova eletrônica, que fui resgatando da minha essência e adolescência e que, durante o meu curso de produção musical, fui aplicando, colocando em prática essas minhas ideias. Fiz a “pré da música” e levei para o meu amigo Bry Ortega que já estava me dando mentoria na parte de Live Performance (para o show que vou fazer no formato novo) desde meados de 2020. Ele fez a finalização da produção, mix e master. Enfim, tudo aconteceu ao mesmo tempo, foi um ano intenso e de muitos aprendizados. E a música no final, ficou conforme havia imaginado e no conceito novo que havia organizado.

Como vim do teatro, eu sempre tive a mania de contar uma narrativa, uma história com as minhas músicas e passar uma mensagem. No meu primeiro disco também foi assim. Cada canção tem um tema específico e conta uma história nela em si, mas que no EP como um todo conta uma narrativa geral. Neste meu novo trabalho não foi diferente. Cada música tem uma história em si e todos os singles juntos contarão uma história no geral. 

Criei uma playlist de referências da minha música “Hello My Darkness”, segue pra quem quiser conferir:

6) Em seus próximos shows, você irá performar de forma solo, no estilo “One Woman Band”. Como serão essas apresentações e quais instrumentos você irá tocar?

Sim. As apresentações serão de forma solo através de LIVE performance. Além de trazer os arranjos e releituras que eu mesma criei no programa (DAW) de música eletronica, além dos beats, irei performar ao vivo com outros instrumentos, como o piano e a voz que é o meu instrumento principal. Sintetizador e guitarra também estão em meus planos, mas tudo vai depender dos meus treinamentos diários. Creio que no primeiro show ainda não terá, mas os futuros shows com certeza terão. Sou muito perfeccionista, então só trarei se estiver tudo muito bem ensaiado.

7) Quais são seus planos para 2022?

Em fevereiro de 2022 lanço meu próximo single “Fight”. Em abril de 2022 faço o primeiro show neste novo formato, “One Woman Band”, após vários meses me aperfeiçoando. Após o show, por volta maio lanço meu próximo single “The Cure”, completando a “trilogia” e narrativa do trabalho. Tinha pensado em lançar a quarta música chamada “Recomeço”, mas não sei ainda se ficarei na trilogia ou se irei lançar esta quarta música também. Pretendo fazer outros shows ao longo do ano, de forma presencial e online (lives).

Final do ano me formo em Licenciatura em música. Paralelamente ao meu trabalho como artista, também estou na area de educação musical. A ideia é trazer o conhecimento que apliquei para o meu trabalho para outros artistas, não só a parte de música, canto, teorica musical e performance, mas também a visão geral 360, de gerenciamento de carreira.