Foto: Ethel Braga

Tarcísio Badaró é um jornalista que decidiu fazer música e em 2020 lançou seu primeiro disco “Curiango”. E agora, sem perder tempo apresenta seu segundo lançamento “Deserto do Tempo” que chega às plataformas digitais nesta sexta 26 de novembro.

“Este lançamento é uma continuação do anterior, mostra o começo deste caminho que eu estou trilhando. Mas é um disco mais experimental, abstrato e intimista”, comenta o artista sobre as 15 músicas autorais que apresentam elementos do folk, country e blues e cujas letras que refletem sobre o cotidiano do escritor e sua visão do mundo. 

O álbum teve os arranjos criados por Tarcísio em seu home estúdio em São Paulo, antes de seguir para o estúdio Ilha do Corvo em Belo Horizonte para a produção com Leonardo Marques, que já trabalhou com grupos como Moons e Maglore além de tocar baixo, lap steel e percussão no disco. que conta com os convidados: Rodrigo Garcia (violoncelo), Ulisses Luciano (trompete), Richard Neves (piano) e Helton Lima (bateria).

Batemos um papo rápido com o artista sobre o disco, seu trabalho no jornalismo e seus próximos planos. Confira:

1) Tarcísio, seja bem-vindo ao Music+Drops! Você acaba de lançar seu segundo álbum “Deserto do Tempo”, com 15 músicas autorais. Qual é a mensagem principal que você buscou transmitir na obra?

“Deserto do Tempo” é um álbum bastante pessoal e, de certa forma, hermético. As canções falam do modo como eu vejo o mundo e das aflições que me habitam. Mais do que passar uma mensagem é um exercício de me abrir e, ao fazer isso, entender melhor a mim mesmo e a esse mundo que observo.

2) Você é um jornalista investigativo que também faz música. Como é o processo de composição das letras? Existem temas que você mais gosta de abordar?

Acho que o processo de composição é bastante influenciado pela experiência e o fazer jornalístico. Algumas canções falam diretamente de temas sociais como a violência contra os povos indígenas ou o drama migratório. Mas mesmo as canções mais líricas carregam algo da crueza jornalística em sua poética.

3) Falando de estética sonora, o novo disco tem influências do rock dos anos 60 e 70, além de elementos do folk, country e blues. Quais são os artistas que você mais gosta de ouvir e são suas referências musicais?

Eu sou formado sob a influência de Beatles e todas esses grandes que os seguiram da segunda metade dos anos 60 até o início dos 70 – e que em algum momento se passou a chamar de rock clássico. Zeppelin, Clapton, Hendrix, Doors, Neil Young, entre muitos outros. Pouco depois descobri os artistas que influenciaram esse grupo. Em mim também deixaram uma marca forte, em especial o blues de Chicago.

4) A música “Deserto do Tempo” é um rock carregado de guitarras e que fala sobre sua cidade natal: Minas Novas. Como foi crescer lá e qual é a sua relação com a cidade hoje em dia?

Minas Novas é uma cidade bastante pequena no Vale do Jequitinhonha. Lá morei até os 15 anos e vou muito pouco depois de adulto. Ela, no entanto, nunca saiu de mim. Foi lá que aprendi a contar histórias. E, de certa, fazer músicas não é algo muito diferente.

5) Com a retomada dos eventos presenciais, quais são suas expectativas para 2022? Pretende fazer alguma apresentação ao vivo em breve?

O planejamento é iniciar as apresentações em janeiro. São Paulo e Belo Horizonte certamente serão os primeiros lugares. Tenho uma expectativa grande de que essas músicas possam funcionar ainda melhor ao vivo, com a energia e dinâmica do palco.