Foto: Filipe Nevares

Em seu segundo disco solo, o guitarrista Filippe Dias usa o tempo como a guia para as 11 faixas de “DIAS”, as quais contam com arranjos e direção musical do próprio artista. O material foi gravado de forma analógica no Mosh Studios em São Paulo e incorpora diferentes influências do músico transitando entre o vintage, com sonoridade dos anos 60 e 70, e o moderno.

“Eu comecei a ver que todas as músicas que eu fazia, de alguma maneira, estavam ligadas com questões de relacionamento, mas sobretudo com as coisas que se desenvolvem dentro de um período de tempo”, diz. “Então, comecei a perceber que estava rolando um link das coisas que escrevia com as mudanças que estavam acontecendo. A partir disso, tive a ideia de que esse disco poderia falar do tempo, da impermanência das coisas, e de como elas se transformam e a gente se transforma junto”.

É também dessa forma que Dias também inicia sua transformação como artista. No decorrer das músicas, ele dá amostras que está finalizando um ciclo para recomeçar outro com mudanças onde vai além dos rótulos musicais.

“O desenrolar dele também reflete no que eu quero para minha carreira. Sinaliza para um novo momento que eu quero viver na música, inclusive não fazer mais letras em inglês”, afirma. “Quero fazer essa coisa mais fora do blues, sem abandoná-lo, e me aproximar ainda mais de toda influência da música brasileira, principalmente no conteúdo lírico. Como sempre gostei de escrever em português, achei que era um momento interessante de eu introduzir essa proposta”.

 “Todo o conceito está relacionado aos ciclos, de como você tem uma vida dentro de um período de tempo”, observa Fillipe. “Esse ciclo se encerra e começa outro que também é passível de terminar. Serve como retrato de um momento, quase como uma fotografia.”

A produção, gravação e mixagem ficou por conta de Amleto Barboni, que também assina os arranjos orquestrais, e o álbum foi masterizado por Brian Lucey (Doyle Bramhall II, The Black Keys, e Artic Monkeys), em Los Angeles. Confira: