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Sétimo filme da franquia, Transformers: O Despertar das Feras dá sequência a uma franquia que se desgastou, muito por conta dos exageros de Michael Bay depois do primeiro filme, a ponto de muitos fazem piadas com tantas explosões e cenas de cortes rápidos onde não se entende nada do que está acontecendo.

Com isso, a série de filmes se voltou para uma prequel, Bumblebee (2018), que se passa antes dos eventos dos cinco primeiros e serve como um leve reset da história e também do tom da saga, o que fez com que ele fosse um sucesso e considerado o melhor de todos. Sua sequência, Transformers: O Despertar das Feras continua no passado, não supera Bumblebee, mas ainda assim é superior aos filmes anteriores.

Ambientado nos anos 90, mais precisamente em 1994, o sétimo longa da franquia introduz novos personagens, resgata alguns antigos e planta sementes de um universo compartilhado. Nele temos, o jovem Noah (Anthony Ramos) que está em busca de um emprego para ajudar seu irmão doente e aliviar as contas de sua mãe. Em um ato de desespero, seu caminho se cruza com o Mirage (Pete Davidson – dublado no Brasil por Douglas Silva), um autobot que se encontrava escondido na forma do Porsche Carrera que Noah estava tentando roubar. No momento do ato, um chamado de Optimus Prime (Peter Cullen – dublado no Brasil por Guilherme Briggs) faz com que Noah acabe sendo arrastado para um encontro com os autobots e convencido a ajudar a recuperar uma chave que permite viagens espaciais que foi ativada sem querer pela arqueóloga Elena Wallace (Dominique Fishback).

O que todos descobrem nesse momento é que os Terrorcons chegaram à Terra nesse mesmo momento em busca do mesmo artefato, que está dividido convenientemente em duas partes. A busca por ambas faz com que o caminho de todos se cruzem com os Maximals, liderados por Optimus Primal e responsável por trazer o item ao nosso planeta. O artefato pode tanto levar os autobots de volta para casa como permitir que Unicron, o destruidor de planetas, possa se locomover mais facilmente pelo Universo em busca de saciar sua fome.

Comparado aos outros filmes da saga, O Despertar das Feras até que não entrega um roteiro confuso, ainda que deixe os Maximals em um quase segundo plano. Um ponto é que longa se perde por ter muitos personagens que acabam ficando relegados a um segundo plano como Arcee (Liza Koshy – dublada por Fernanda Paes Leme na versão nacional) e os outros Autobots e Maximals, que pelo título, pareciam que teriam mais destaque. Sendo escrito por cinco pessoas poderia ser mais caprichado nas cenas de interação entre Elena e Noah ou entre este e seu irmão. Dificilmente há algo que cause alguma preocupação nos espectadores com os humanos, incluindo alguns que aparecem no Peru e depois praticamente somem. Porém é amarrado o suficiente para não ter problemas de andamento, mérito que também é dado ao diretor Steven Caple Jr. que consegue conduzir a história que tem em mãos até que bem.

Por se tratar de uma continuação de prelúdio, o longa se desloca para as florestas da América do Sul, mais precisamente no Peru, de forma que o combate final aconteça longe dos olhos humanos em um cenário que remete à famosa ‘pedreira da Toei Animation’ quando os tokusatsu tinham que resolver a briga da semana entre algum robô gigante e um monstro longe dos grandes centros. Aqui, Stephen quase repete alguns erros de Bay (as cenas de ação confusas, explosivas e rápidas). Em alguns momentos há umas escorregadas, mas no geral, a batalha é compreensível.

Com a resolução do conflito, os grupos de humanos, Autobots e Maximals se dividem e na cena final há a introdução de mais um grupo, de uma outra franquia da Paramount, mostrando que ambos compartilham o mesmo universo, plantando assim a semente de um possível crossover e até um universo expandido.

Transformers: O Despertar das Feras estreia nos cinemas em 08 de junho. Confira o trailer: