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Com apenas um trailer divulgado, Argylle – O Superespião chega aos cinemas brasileiros envolto em segredos que até geraram comentários maldosos sobre, mas esse é um dos trunfos que torna o novo longa de Matthew Vaughn uma divertida experiência de mais de duas horas: não ter nada da trama entregue em dezenas de trailers e teasers como vem ocorrendo com quase todo filme que chega aos cinemas.

Como um bom longa de espionagem que se preze, e sem dar spoilers, Argylle – O Superespião nos mostra Elly Conway (Bryce Dallas Howard), autora de uma série de romances de espionagem, que se vê em uma teia de mistérios e assassinatos quando a história de seu best-seller vira realidade. E a partir disso a montanha-russa de reviravoltas bem dosadas entre cenas cômicas e de ação, algumas deliciosamente cartunescas, segue prendendo a atenção.

Mesmo que algumas das viradas da trama possam até ser previsíveis só pelo trailer, o filme chega a ser nonsense enquanto desenrola a teia do mistério de quem é o verdadeiro agente Argylle e o que Elly acertou em seus romances. Entre um gato levado para todo lado, saltos de trem, cenas de dança e mistérios solucionados, o elenco de peso se diverte e entrega atuações, algumas caricatas, na medida certa sob a direção precisa de Matthew Vaughn que sabe muito tem como conduzir uma trama com sequências de ação e comédia como já demonstrado em Kingsman, filme que tem uma semelhança de tom com Argylle.

As cenas de ação, principalmente as que envolvem Henry Cavill e Sam Rockwell são divertidíssimas enquanto uma no terceiro ato com Sam e Bryce Dallas é de um visual burlesco formidável. Bryce aliás rouba a cena com sua neurótica cat lady que se vê jogada em um universo Jason Bourne, enquanto Sam diverte com seu espião meio largado e fora dos padrões esperados. Dua Lipa e John Cena mesmo com pouco tempo comparado aos outros, tem seus destaques, ainda que o trailer e material promocional leve a acreditar que eles tem mais importância do que realmente tem e não podemos nos sentir enganados já que a frase do poster ‘quanto maior o espião, maior a mentira’ já mostra que as reviravoltas estão em todo lugar. E claro, Bryan Cranston e Catherine O’Hara sempre competentes se mostram bem livres e divertidos em suas atuações.

Apesar de parecer confuso, o roteiro não é, e amarra todas as pontas e até brincando consigo mesmo perto do fim, não deixando mistérios pendentes, ou não já que, sem entregar qual a surpresa, uma ponta solta surge e há uma cena extra no início dos créditos, que vai agradar os fãs do diretor. Talvez, se alguém criar uma expectativa sobre o longa, possa sair se sentindo enganado, mas quem encarar o filme e se deixar levar pela montanha russa de ação, comédia e espionagem que ele é e abraçar a brincadeira toda com o gênero, vai garantir uma boa diversão.

Argylle chega aos cinemas brasileiros nesta quinta, 01 de fevereiro. Confira o trailer: