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A sequência de Shazam! chega aos cinemas em um momento complexo: com a reformulação do universo DC por James Gunn com direto a reset de personagens e mudanças de elenco, Shazam! Fúria dos Deuses acaba deixando alguns espectadores em dúvida se o filme irá ser desconsiderado ou se ele se encaixará nos planos futuros da Warner.

O longa se passa algum tempo depois dos acontecimentos do primeiro filme e encontramos Billy Batson (Asher Angel na versão jovem e Zachary Levi em sua versão adulta) lidando com sua nova ‘vida’ de superpoderes e crescimento além de seus fantasmas de abandono e solidão em relação à sua família, que passa por diversos momentos de mudanças e fases da vida, desde a infância de Darla ao início da vida adulta de Mary. Essa dinâmica ajuda a definir melhor cada personagem e suas personalidades.

De todo o núcleo familiar, o destaque fica com Freddy (Jack Dylan Grazer – na versão jovem, Adam Brody – na versão adulta) que ganha destaque e rouba a cena em diversos momentos e acaba sendo boa parte do fio que conduz a trama que nos mostra as três filhas de Atlas em busca de vingança contra os humanos. O trio interpretado por Helen Mirren (Héspera), Lucy Liu (Calipso) e Rachel Zegler (Anthea) acaba não tendo o desenvolvimento que é dado ao núcleo do herói, mesmo que ao longo do filme o tema recorrente seja a família.

Das três, Calipso peca por ser a mais unidimensional com pouco material que permita à vilã sair do clichê do ‘eu odeio todos e quero puní-los’ típico de vilões rasos. Não é culpa da atriz que acaba não tendo muito o que trabalhar. Apesar de ameaçadoras e poderosas, o que acaba sendo lembrado são algumas cenas cômicas do que algum momento onde realmente nos preocupamos com os seus planos. Anthea acaba ganhando um pouco mais de desenvolvimento além da ótima química entre Rachel e Jack Dylan em todas as cenas que contracenam ajudar a prender a atenção à personagem.

Momentos engraçados inclusive estão espalhados por toda a duração do filme que alterna entre momentos leves com alguns um pouco mais tensos, com algumas piadas surgindo em momentos um pouco desconexos, ainda que faça sentido ao se considerar que estamos lidando com um adolescente no corpo de um adulto. Não chega a atrapalhar a dinâmica mas pode gerar uma sensação de se perguntar se era realmente necessário aquele alívio cômico naquela situação. Uma das cenas mais engraçadas é protagonizada por Djimon Hounsou que retorna como o Mago Shazam que rouba diversas cenas com piadas inesperadas além de também quer uma ótima química com Jack Dylan.

Com essa alternância de situações de ação e cômicas o filme até se torna previsível em certos momentos, não há uma mega reviravolta ou surpresa que explodam a cabeça e gerem milhões de vídeos de teorias dos fãs. Até mesmo o conflito final não tem proporções absurdamente épicas e consequências multiuniversais como outros filmes do gênero. E isso é um ponto positivo, já que ao não se levar a sério demais Shazam! Fúria dos Deuses acaba por entreter de forma divertida, descompromissada e razoavelmente independente do conhecimento prévio em outras obras do mesmo universo. Mesmo com falhas, o longa cumpre seu papel.

Shazam! Fúria dos Deuses estreia nesta quinta (16) nos cinemas brasileiros. Confira o trailer: