Com estreia marcada para os cinemas brasileiros no próximo dia 30 de maio, “Rocketman” cumpre a tarefa de levar às telas toda a extravagância de Elton John sem poupar em pontos polêmicos – algo que costuma ficar de lado em películas do gênero. 

Usando de uma narrativa em forma de musical onde as canções são utilizadas para completar os sentimentos dos personagens, ao invés de ter a história de sua criação contada, o filme acerta trazendo um tom fantasioso que ajuda a compreender melhor os momentos que marcaram a carreira do artista, de sua infância como um garoto tímido, e talentoso músico, que ainda atendia pelo nome de Reginald Dwight, ao processo de se tranformar em Elton John.

O roteiro usa um inteligente artifício de seguir Elton em uma sessão dos Álcoolicos Anônimos e assim, enquanto narra seus problemas com drogas, aceitação se sua sexualidade, seu vício em álcool, tentativa de suicídio e seus relacionamentos com homens e mulheres além de sua conturbada família, o artista vai se despindo de sua fantasia com a qual chega para se reencontrar em uma jornada de aceitação e perdão. 

Com todo esse material, Taron Edgerton pode brilhar e muito ao demonstrar todo o conflito e sentimentos de Elton ao longo de sua vida, demonstrando quem é a pessoa por trás do visual extravagante e também emprestar seu talento vocal ao gravar todas as canções que são apresentadas no filme. Mas não somente ele, como Richard Madden chama a atenção como o empresário John Reid com quem Elton teve um conturbado relacionamento e Jaime Bell como Bernie Taupin, seu melhor amigo e parceiro de composições ao longo de sua carreira. 

O trabalho do figurino ao representar as fantasias clássicas que o artista utilizou em sua carreira é magnífico. Está lá o visual de baseball, da fantasia de Rainha da Inglaterra e toda a coleção de óculos e sapatos, todos reproduzidos em detalhes realçando mais ainda o tom fantasioso. Até mesmo sua queda de cabelo é retratada e citada como marca da família. 

Não esconder os pontos baixos de uma carreira de fama, das pressões ao conflito foi o grande acerto desse filme. Ainda que tenha um tom fantasioso e frenético, não há pudores ao se retratar o que era preciso e nem tentativas de esconder os defeitos do artista que assume seus problemas logo no começo do filme. E isso faz de “Rocketman” uma das melhores cine-biografias do cinema. 

Confira o trailer: