Se lá no início da franquia em 2001, Velozes e Furiosos tratava apenas de rachas nas ruas de Los Angeles, ao longo de 20 anos e diversos filmes, o tom mudou para algo cada vez mais absurdo do tipo ‘o que dá para fazer com um carro’ e se desdobrando ao longo de cenas dentro e até fora do planeta, expandindo o universo no qual os personagens vivem.

Assim, quem chega ao décimo longa da franquia que chega aos cinemas brasileiros nessa semana tem a opção de se desligar e se entregar ao nonsense de carros desafiando todas as leis possíveis da física, fato que até é citado em uma fala do personagem Aimes (Alan Ritchson) que diz que se há alguma lei, e assim garantir duas horas de diversão ou ser um pouco mais crítico, e então encontrar o que criticar, desde facilidades de roteiro, interpretações ou o contexto todo.

Quem escolhe a segunda opção, sai decepcionado do cinema mas para quem escolhe a primeira opção, Velozes e Furiosos 10 cumpre seu papel. Tudo está lá: as cenas absurdas com carros que desafiam todas as leis do universo, a família Toretto e todas suas interações divertidas entre eles, personagens que retornam para surpresa dos fãs e um vilão caricato, que é intriduzido através de um leve ‘retcon’ de Velozes e Furiosos 5, inserindo ele como o filho de Hernan Reyes, interpretado por Joaquim de Almeida no filme que se passa no Brasil.

Dante, interpretado de forma deliciosa por Jason Momoa que entrega um misto da insanidade e trejeitos de Jack Sparrow é um personagem completamente sociopata em busca de vingança contra Dominic Toretto (Vin Diesel) e toda sua família e, ao longo dos anos, construiu um plano para acabar com tudo aquilo que Dom construiu e que tem medo de perder. Ainda que Dom seja o responsável pelo roubo do dinheiro de seu pai, o personagem parece perseguir apenas um lado quando o real responsável pela morte de Hernan foi outro personagem, Hobbs (The Rock), que surge nas cenas pós-créditos.

Com seu plano em prática, a ‘família’ de Toretto é separada pelo mundo, o que faz Dom percorrer lugares que vão de Roma ao Rio de Janeiro, onde conhece Isabel (Daniela Melchior), alguém que tem uma ligação com seu passado. Seus amigos, se dividem de Londes à Antártida e então à Portugal no clímax do fim. Tudo isso recheado com muitas cenas que desafiam as leis da física, conveniências de roteiro e ótimas interações entre os personagens. Esse é um ponto positivo pois o diretor Louis Leterrier consegue trabalhar bem tantos personagens de forma que todos conseguem algum destaque ou um momento no roteiro de Justin Lin que quase a cada cena, coloca algum personagem novo retornando em tela.

O final, claro, deixa um gancho para a continuação, pois a saga não vai terminar em apenas um filme. Fato reforçado pela cena pós-creditos. O plano original seria dividir em duas partes, mas há ideias para que uma trilogia encerre (ou não) a saga da família Toretto.

Velozes e Furiosos 10 estreia nos cinemas brasileiros nesta semana. Confira o trailer: